terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Estudante da Unisinos acompanha a Confecom


O estudante de Comunicação Social/Jornalismo da Unisinos, Rafael Butiganh, mandou notícias fresquinhas sobre o 1º dia da Confecom. Rafael que é delegado e representa também os estudantes gaúchos conta como estão os grupos de trabalho e o que está sendo discutido. Confira:

Olá, pessoas.

Conforme o combinado, estou fazendo o repasse diário da Conferência Nacional de Comunicação.


A delegação da sociedade civil do Rio Grande do Sul chegou ontem à Brasília por volta de 13h30min, com todos os representantes. Estamos alojados no Hotel Nacional, enquanto que os empresários e parte do poder público estão em um hotel chamado Golden, mais luxuoso. Segundo informações, a trupe teria pago a diferença entre os dois locais. De qualquer forma, o alojamento está tranquilo, ainda mais porque fica a vinte minutos de caminhada do Centro de Convenções Ulysses Guimarães, local sede da Conferência.


Dando início à descrição do evento em si, percebi que ainda existe muita desorganização e, principalmente desrespeito à sociedade civil. Além dos delegados não-inscritos nos Grupos de Trabalhos, de propostas mal-sintentizadas pelo Fundação Getúlio Vargas (responsável pela sistematização do evento) e de delegações que até ontem à noite não tinham conseguido pegar voo, o atraso da programação é gritante. Pior, comprometedor.


Para vocês terem idéia, a abertura solene e homenagem a Daniel Herz começou apenas às 20h. Isso porque a plenária de votação do regimento interno da etapa nacional sequer aconteceu! São dez horas e quinze minutos agora e não temos um regimento aprovado. Tenho dúvidas se o resto da programação fluirá normalmente.


De todo modo, a mesa de abertura aconteceu normalmente. Falaram o Celso Schroder (FNDC), Roseane (CUT), Johnny Saad (Abra), Hélio Costa (Ministério das Comunicações, com grande vaia) e o Lula (fala gigante e muito ovacionado). Ainda estiveram na mesa o Franklin Martins e o Michel Temer. Infelizmente, o bloco de notas em que tinha registrado os principais pontos da fala de cada um acabou sumindo. Mas posso afirmar que as falas do Saad, Costa e Lula foram direcionadas ao avanço da digitalização e da convergência de mídia, enquanto que a do Saad à reserva de mercado na televisão aberta às emissoras nacionais, como era de se esperar.


Após a abertura, teve início no Auditório do Planalto (um das vários do Centro), a Plenária da Sociedade Civil. Já eram mais de dez horas quando a reunião começou, instigando os movimentos nacionais a maior polêmica do dia. Ao todo, a plenária discutiria quatro pautas: informes do processo e da comissão organizadora nacional, estratégia de ação do setor, programação e problemas de delegação. Não saímos do primeiro ponto. Isso porque ficamos sabendo que a forma como as propostas seriam votadas nos GTs havia sido alterada pela comissão ontem, às 11h. De votação por porcentagem (abaixo de 30%, cai; de 30 a 79%, reformula-se; a partir de 80%, direto para a final), ela passou a ser tema sensível (60% mais um, tendo pelo menos um voto de cada setor) conforme as plenárias, tornando mais difícil a aprovação para das propostas iniciais para a plenária final.

A mudança aconteceu porque a Abra afirmou que se a votação das propostas no GTs continuasse da forma estabelecida, seria um desrespeito ao método de decisão escolhido pela comissão, leia-se tema sensível. A Associação ameaçou então a abandonar a Conferência com seus 200 delegados, o que para muitos soou como implosão. Mexeram-se pauzinhos nos Ministérios e no Planalto. Uma nova reunião da comissão organizadora foi chamada para discutir exclusivamente esse ponto. Foi aí que o primeiro racha da sociedade civil aconteceu.


A Fitter, o Intervozes e a Abraço se mantiveram contrárias a votação por tema sensível. No entanto, a CUT, a FENAJ, a o FNDC e mais a ABCECOM se submeteram à pressão e junto aos empresários e ao Governo aprovaram a nova sistemática. A maior parte dos movimentos presentes na Plenária ficaram indignados e taxaram a ação de golpe, traição e pelegagem. Falas ríspidas aconteceram em duas direções: a de voltar atrás na decisão ou mesmo de abandonar a Conferência.


As entidades da sociedade civil ficaram de puxar agora pela manhã uma nova reunião da comissão organizadora nacional, havendo depois uma nova plenária dos movimentos. CUT, Vermelho, Abraço estão reunidas neste momento para centralizar as ações, visto que não ficaram até o final da plenária e preferiram se ausentar do debate em virtude da tensão do local e da hora avançada. Não se tem claro ainda o que vai acontecer após essa nova plenária, mas eu acredito que a Conferência não será implodida, mesmo que isso custe a nossa cabeça baixa, perante tantas cessões ao empresariado.


Para finalizar o relato, estive com outros estudantes em reunião da Enecos, já de madrugada. Estamos articulados para tirar uma posição da entidade durante o processo e tentaremos colocar um representante em cada GT, a fim de ter, ao menos um relato de todos. Fiquei no GT 11, que trata de democratização da comunicação e da inclusão de novos sujeitos na mídia.


Abraços a todos e todas,

Rafael Butigahn

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

1ª Confecom será transmitida ao vivo

A partir desta segunda-feira(14) até dia 17, Brasília sediará a 1ª Conferência Nacional de Comunicação, no Centro de eventos Ulysses Guimarães. Com a temática Comunicação: meios para a construção de direitos e de cidadania na era digital, o país viverá um momento inédito, o que já é uma vitória, de debater a comunicação. Entidades, movimentos sociais, sindicatos, sociedade civil que por algu motivo não puderam ir até o DF, podem acompanhar ao vivo as atividades e a programação das políticas públicas destinadas ao meios de comunicação da nação brasileira.


segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

Ato público em defesa da CEUL

CEUL realiza ato em defesa do direito à moradia estudantil



A Casa do Estudante Universitário Leopoldense (CEUL) realizará na tarde desta quarta-feira, 09, um ato em defesa da moradia estudantil. A partir das dezoito horas, haverá grafitagem da fachada lateral do prédio, intervenção musical e palavras de ordem. A entidade, que se localiza na Rua Primeiro de Março, 729, Centro, encontra-se ameaçada pelo Projeto de Lei 184/2009, de autoria do Governo do Estado. Ele autoriza a venda e o leilão do imóvel pertencente ao Departamento Autônomo de Estrada e Rodagens (DAER/RS).

Os moradores contam com a participação de ex-residentes, amigos, estudantes da Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos), movimentos sociais e de toda comunidade da região metropolitana de Porto Alegre. O objetivo é dar publicidade à ação do Governo, que deseja acabar com uma organização responsável por abrigar universitários há mais de quarenta anos. Desde o dia 12 de agosto, o Projeto de Lei se encontra na Assembléia Legislativa e pode ser votado a qualquer instante.

Em nenhum momento, a CEUL recebeu qualquer notificação do documento, descobrindo por acaso um processo que pode dar rumos trágicos à entidade. Se o Projeto for aprovado pelos parlamentares, os moradores serão expulsos do local e a casa não terá como alojar estudantes da região metropolitana, que dividem entre si o custo da sobrevivência sem auxílio do Estado ou das universidades.

Esta é a segunda tentativa do DAER de vender o imóvel. Em 2006, um Projeto de Lei do Governo do Estado semelhante foi barrado no Legislativo pela mobilização dos moradores com o apoio da população. No entanto, o engavetamento daquela proposta não foi suficiente para diminuir o interesse imobiliário pela casa, situada em região central da cidade, o que a torna valorizada.

Sendo assim, a CEUL vem a público informar que não aceitará passivamente a imposição do Governo. A casa se encontra mais do que nunca em luta por moradia. Seus moradores já estão novamente mobilizados para o convencimento dos parlamentares que, pela experiência história, não virá sem pressão por parte da sociedade.

Ao longo da sua história, a Casa ajudou mais de 200 estudantes de baixa renda, que, beneficiados pela moradia barata, conseguiram concluir seus estudos, tornando-se profissionais dos mais diversos ramos. Na maioria, jovens oriundos de localidades distantes do Rio Grande do Sul ou mesmo de outros Estados. Todo ano dezenas de universitários procuram a CEUL em busca de um lugar para ficar, através da seleção de moradores ou de pedidos de hospedagem, inclusive para intercambistas.

Atualmente, a Casa abriga discentes de Administração, Arquitetura, Ciências Sociais, Comunicação Social, Direito, Educação Física, Engenharia Civil, Engenharia de Alimentos, Engenharia Elétrica, Formação de Músicos e Produtores de Rock, Gestão Ambiental, História e Letras da Universidade do Vale do Rio dos Sinos e da Universidade Estadual do Rio Grande do Sul. Já existe um projeto de ampliação da CEUL para abrigar cerca de quarenta estudantes, mas que por falta de recursos ainda não foi efetivado.

Histórico
A Casa do Estudante Universitário Leopoldense tem sua origem em 1969, meses depois da inauguração da Unisinos. Naquele ano, um grupo de discentes da universidade resolve se reunir sob o mesmo teto, nas antigas dependências do pré-seminário pertecente à Associação Evangélica Evoti, dividindo despesas de aluguel e criando um ambiente de convívio estudantil.

A luta pelo direito a moradia teve início em 1977, quando a Associação obrigou os moradores a abandonar o prédio dentro do período de um mês, pois tinha outros interesses para o mesmo. Os estudantes resistiram e só saíram do local em abril de 1983, que passara a pertencer ao Museu Histórico de São Leopoldo. Sem alternativa, os moradores se transferiram para o prédio do Castelinho, atual Câmara Municipal de São Leopoldo.

Depois da ocupação do prédio pelos estudantes, a Prefeitura, descontente com o caso, resolveu pedir o destombamento do Castelinho para a ampliação da Avenida Dom João Becker. Em junho de 1983, a antiga Casa do Estudante é demolida, com desrespeito à lei, pois o prédio havia sido tombado pelo Patrimônio do Estado.

Após tentativa de reconstruir o Castelinho, os moradores se dividem e alguns mudam-se para o endereço da Rua Primeiro de Março, 729, Centro, em prédio cedido pelo DAER. Outros iniciam a construção de uma nova casa com sede na Avenida Unisinos, que viria ser fundada em 1991, recebendo o nome de Casa do Estudante Cristo Rei – CEUNI.

Para mais informações, eis os nossos contatos:
Casa do Estudante Universitário Leopoldense – (51) 3592-1668
Rafael Cavalcanti (comissão de Comunicação) – (51) 8198-9011
E-mail: casaceul@gmail.com
Blog: http://www.ceusaoleo.blogspot.com
Endereço: Rua Primeiro de Março, 729, Centro.

OBS: As informações são de Rafael Butigan